Maravilhoso.
Foi simplesmente sensacional dançar pra galera da Mostra e depois debater sobre arte, tema que custa tão caro à esquerda normalmente. Quase nunca se discute o tema com a sinceridade e o desapego necessário para tal.
Foi simplesmente sensacional dançar pra galera da Mostra e depois debater sobre arte, tema que custa tão caro à esquerda normalmente. Quase nunca se discute o tema com a sinceridade e o desapego necessário para tal.
Fiquei muito feliz e muito cheia..nem sei dizer do quê... A descriçao mais próxima que posso dar é aquela conversa típica de bailarinos (e acho que de atores também) pós espetáculo: Nossa, hoje aconteceu! Rolou!
Isso é o máximo que posso aproximar porque foi muito mais do que uma apresentaçao que deu certo, que tudo fluiu e a emoçao deu as caras. Foi muito mais mesmo...
O que aconteceu ali, naquele sábado, dia 23 de Outubro de 2010, confirma ainda mais a minha necessidade e a minha vontade de dançar.
Se conectar com os outros por uma outra via, e ver a possibilidade de se comunicar de fato sem uma palavra sequer. Sentir que estamos conectados pelo umbigo e que compartilhamos o mesmo mundo, com suas alegrias e dores...
Ainda que de maneira singular, todos sentimos o tal do universal, o tal do gênero humano.
Pode soar pretensioso, mas quando danço sinto isso na minha pele, dentro da minha barriga, que faço parte de algo muito maior que eu mesma. A dança tem seguramente um poder de conexao gigante, inclusive já li isso em um livro do Garaudy, que se chama Dançar a Vida... ele fala deste papel da dança para unificar o povo para uma colheita, uma guerra, preparar para a morte ou para um nascimento... vale a pena ler, é lindo demais!
Bom, mas voltando pra Mostra.
Quando terminamos de dançar eu estava muito grata por aquilo e daí veio o debate.
Senti muita disposiçao das pessoas em conversar sobre arte, sobre o que seria arte revolucionária, sobre qual o papel da arte... Vi pessoas realmente dispostas a compartilhar suas dúvidas, suas opinioes, seus conhecimentos sem vaidade. Nao sei se é porque estou acostumada com o ambiente acadêmico e com o circuito de mercado da arte paulistana, mas me encantou demais ver uma conversa verdadeiramente franca entre as pessoas...
Deste modo há troca e nao apenas a aparência de uma.
Senti também que devemos criar mais espaços para garantir esta discussao e seguir acumulando sobre o tema.
Para completar, recebemos muito carinho das pessoas, comentários sobre o trabalho, sobre as cenas e sobre o debate. Isso é impagável. Todos muito queridos e generosos, mas queria registrar umas pessoas em particular:
O Cássio, que conheci através do Jeff por sua poesia e que fez uma intervençao fantástica e verdadeira no debate.
O Latuff, que teria tudo para ser uma pessoa distante ou vaidosa, foi muito carinhoso e generoso conosco e nao apenas conosco, com todo o pessoal da Mostra. Nao me esquecerei tao cedo de sua linda disposiçao, servindo salgadinho a todo o sarau do domingo. Que pessoa bonita!!!
O Joao Zinclar, que tirou fotos lindas do espetáculo e veio mostrá-las tao carinhosamente. Nem sei como agradecer.
E finalmente, e principalmente, o Orestes, que me emocionou demais e me fez flutuar com sua sinceridade quando conversamos no domingo no fim do sarau. Receber este incentivo, essa confiaça no nosso trabalho nos recompensa demais.
Para ele deixo um recado: Orestes, você também tirou minhas palavras! E eu, que também sou tao eloquente...
Bom, o post já está longo demais.
Queria apenas agradecer enormemente ao Coletivo de Comunicadores Populares, especialmente o pessoal da Camará e a Ana.
Esses quatro camaradas foram de fato um presente na minha vida neste ano.
Esses quatro camaradas foram de fato um presente na minha vida neste ano.
Deixo aqui os sites pra quem quiser conferir:
PS: Estou sem til no computador que estou usando, por isso tudo está sem acento.